Eu sou daqueles tipos embirrantes que tem a mania de fazer às coisas há sua maneira e no seu timming.
Isto talvez aconteça por falta de capacidade para fazer surf na onda de notícias fabricadas e das modas e tendências, normalmente criadas por pessoas que não convidaríamos para jantar lá em casa.
Ou então é só mania … J
Independentemente da razão, vi esta semana - sim depois de toda a boa gente já ter visto, ter digerido, discutido e jogado fora do baú das recordações – o filme "Slumdog Millionaire".
Pareceu-me um filme sério, com alguns problemas no argumento – algumas das cenas da estação são ridículas em termos de composição.
No entanto, pareceu-me também um filme cru ao nível do Resgate do Soldado Ryan – Lembram-se?.
São raros os realizadores que pegam em temas ulcerados da nossa sociedade e os expõem, remexendo os tumores procuram expô-los, e talvez dando azo a que alguém lute posteriormente os remover.
No slumdog retrata-se não só a realidade da índia – pungente e profundamente degradante, longíssimo da dignidade humana -, mas também a realidade da china, do Bangladesh e de tantos outros países asiáticos, já para não falar da América do sul ou dos países africanos.
Este não é o discurso chauvinista do "nós é que somos bons!", afinal grande parte destes povos são o que são "graças" a administração europeia, que semeou desigualdades e injustiças, que escravizou e explorou, que matou a seu belo prazer durante décadas a fio.
Mas o que preocupa mais são as crianças. Fernando Pessoa disse que o "melhor do mundo são as crianças". E a verdade é quase todo o mundo em desenvolvimento usa e abusa do trabalho infantil e das inexistentes condições de trabalho. Os principais sacrificados são as crianças.
Por isso quando comprar uma coisa, tente saber de onde vem. Será que são produzidos por crianças no sueste asiático? Será que estou a poupar ou estarei a me auto aniquilar. É que talvez não seja má ideia comprar português, fomentando o emprego e o desenvolvimento económico do país, do que comprar produtos, mais baratos e muito raramente melhores que só servem para fomentar a exploração das crianças e dos países economicamente mais frágeis.
Pensem nisso!!!
2009.09.11
Pedro

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